domingo, 2 de agosto de 2009

AVALIAÇÃO DE PROFESSORES – Carta aberta à Dra. Manuela Ferreira Leite (PARTE II)

Considero até ser uma das maiores mistificações criadas nos últimos anos pelos políticos “carreiristas”, jornalistas “seguidistas” e revanchistas e opinião pública em geral, os quais são intoxicados e desinformados, como se sabe, pelos dois primeiros. O problema está noutra vertente. Sendo os professores uma classe profissional muito qualificada, tanto do ponto de vista científico como pedagógico, não podem deixar de ser peritos em avaliação, uma das componentes mais importantes da relação pedagógica com os alunos. Logo, não podem tolerar que sejam criados sistemas de avaliação do seu trabalho que sejam tecnicamente deficientes e desajustados às especificidades da sua actividade.

Assim, e para que esta dinâmica entre Ministério da Educação e professores mude de rumo, torna-se necessário propor um sistema de avaliação de desempenho que não padeça das doenças dos anteriores sistemas, ou seja, não pode ser feito sem o apoio dos próprios professores, não pode ser baseado em avaliações pelos pares, ou seja, pelos próprios colegas (apesar de serem artificialmente superiores, por serem titulares – mais uma aberração criada) e, muito importante, não pode deixar de se basear primordialmente na observação das aulas, visto que é na sala de aula que se pode ver indubitavelmente a qualidade do trabalho de um professor.


Uma coisa é certa, há que fazer um corte com o que de mal foi sendo construído durante estes últimos quatro anos, e um corte com o que (não) era feito anteriormente em termos de avaliação dos professores. Deste modo não podemos continuar, com uma guerra constante entre responsáveis do Ministério da Educação e professores, sob pena de fazermos ainda mais mal à nossa educação.

Pelo exposto, penso que se poderá criar um sistema de avaliação de desempenho simples mas exigente, inovador mas adequado, tecnicamente correcto e, por isso, aceite por todos.
(Continua)

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